Chance, luck, forces of the universe—whatever it was, I was in the right place at the right time. Tales and Tellers is a Miu Miu project that, for over 10 years now, has invited women directors to create short films, giving them great creative freedom and space to showcase their own cultures and personalities. All kinds of stories.
As I waited in line outside the Palais D’Iena, I just expected to watch the movies inside. With some nice infos, maybe some clothes, I don’t know. I imagined myself sitting there, taking my time to learn from these women I’ve followed and studied for so long.
The point is: before photography and cinema crossed my way, I was all about fashion—outfits, textures, the designers who shaped history etc. Chanel with her trousers. Vivienne Westwood from punk to wedding dresses. Miuccia’s elegance, sense of fun, and brilliant business mind. For a long time, though, I stopped talking about fashion. In my 15s I was already on Instagram and watching the bloggers pop up with loads to show and less to say. -not all of them like this-. To avoid being mistaken for the brand and money-obsessed people I was seeing, I quit my blog. And tried to dissociate from fashion going deeper on the camera skills, that once served for the outfits of the day. Yep. But last week I’ve seen that it doesn’t need to be one or another. Actually one needs the other. It should be clear for me by now. Come on, I’ve seen the brilliant work of so many costume designers by now. So many remarkable fashion photographers, insane fashion films. I even did a couple. Why the hell I refused to dive deeper into it again?
As I waited in line outside the Palais D’Iena, I just expected to watch the movies inside. With some nice infos, maybe some clothes, I don’t know. I imagined myself sitting there, taking my time to learn from these women I’ve followed and studied for so long.
The point is: before photography and cinema crossed my way, I was all about fashion—outfits, textures, the designers who shaped history etc. Chanel with her trousers. Vivienne Westwood from punk to wedding dresses. Miuccia’s elegance, sense of fun, and brilliant business mind. For a long time, though, I stopped talking about fashion. In my 15s I was already on Instagram and watching the bloggers pop up with loads to show and less to say. -not all of them like this-. To avoid being mistaken for the brand and money-obsessed people I was seeing, I quit my blog. And tried to dissociate from fashion going deeper on the camera skills, that once served for the outfits of the day. Yep. But last week I’ve seen that it doesn’t need to be one or another. Actually one needs the other. It should be clear for me by now. Come on, I’ve seen the brilliant work of so many costume designers by now. So many remarkable fashion photographers, insane fashion films. I even did a couple. Why the hell I refused to dive deeper into it again?
Anyways… once inside the exhibition, I watched all the films. I was thrilled to see work by Carla Simón, whose first film came out when I was studying cinema in Barcelona. Her personal storytelling captivated and inspired me deeply. I remember she came to give us a masterclass, she was 30 I believe. Since then, I made myself the silly promise that I would have a feature movie released by that age. Time is running. I found also a piece by Miranda July, whose honesty and talent I toooootally adore. I aim to have at some point at least 5% of her sincerity and braveness to be herself and put it all out there. I also watched a work by Antoneta Alamat Kusijanovic for the first time. Such a vibrant, tense, beautiful one. And so many others.
Suddenly, like in a super crazy dream, I noticed the characters from these stories moving around the room, interacting, performing as “the mother,” “the singer,” “the girl”… One passed by on a skateboard; another started a stand-up comedy at the other side of the room. Soon, everyone became part of the performance. Who was an actress, who was a guest? We all watched each other for 40 minutes, soaking in the narratives, the unexpected, the beauty. It takes courage to keep creating beauty in a world like this. It’s essential to keep telling our truths, to keep crafting art in all its forms. To provide moments of catharsis capable of bringing people back to their paths, as this experience did for me. My inner child, who always dreamed of the Parisian fashion scene, felt free to play around with her toy of choice, the camera. I left the room hungry to tell stories.
For those interested, there’s plenty of technical information and credits on Miu Miu’s website. And all the one hour-long panels with many of the directors are also available on YouTube. :)
Suddenly, like in a super crazy dream, I noticed the characters from these stories moving around the room, interacting, performing as “the mother,” “the singer,” “the girl”… One passed by on a skateboard; another started a stand-up comedy at the other side of the room. Soon, everyone became part of the performance. Who was an actress, who was a guest? We all watched each other for 40 minutes, soaking in the narratives, the unexpected, the beauty. It takes courage to keep creating beauty in a world like this. It’s essential to keep telling our truths, to keep crafting art in all its forms. To provide moments of catharsis capable of bringing people back to their paths, as this experience did for me. My inner child, who always dreamed of the Parisian fashion scene, felt free to play around with her toy of choice, the camera. I left the room hungry to tell stories.
For those interested, there’s plenty of technical information and credits on Miu Miu’s website. And all the one hour-long panels with many of the directors are also available on YouTube. :)
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Sorte, forças do universo — seja lá o que for, eu estava no lugar certo na hora certa. Tales and Tellers é um projeto da Miu Miu que, há mais de 10 anos, convida diretoras para criar curtas-metragens, dando a elas grande liberdade criativa e espaço para mostrar suas próprias culturas e personalidades. Todos os tipos de histórias.
Enquanto esperava na fila do lado de fora do Palais D'Iena, eu só esperava assistir aos filmes lá dentro. Com algumas informações legais, talvez algumas roupas, não sei. Eu me imaginei sentada lá, aproveitando meu tempo para aprender com essas mulheres que segui e estudei por tanto tempo.
A questão é: antes que a fotografia e o cinema cruzassem meu caminho, eu só pensava em moda — roupas, texturas, os designers que moldaram a história etc. Chanel com suas calças. Vivienne Westwood do punk aos vestidos de noiva. A elegância, o senso de diversão e a mente brilhante para os negócios de Miuccia. Por muito tempo, porém, parei de falar sobre moda. Aos 15 anos, eu já estava no Instagram e via os blogueiros surgindo com muito para mostrar e pouco para dizer. -nem todos assim-. Para evitar ser confundida com as pessoas obcecadas por marca e dinheiro que eu estava vendo, eu parei meu blog. E tentei me dissociar da moda indo mais a fundo nas habilidades de câmera, que antes serviam para registrar os "looks do dia". Sim. Mas na semana passada eu vi que não precisa ser uma coisa ou outra. Na verdade, uma precisa da outra. Já deveria estar claro para mim. Vamos lá, eu já vi o trabalho brilhante de tantos figurinistas até agora. Tantos fotógrafos de moda notáveis, filmes de moda insanos. Eu até fiz alguns. Por que diabos eu me recusei a mergulhar mais fundo nisso de novo?
De qualquer forma... uma vez dentro da exposição, eu assisti a todos os filmes. Fiquei emocionado ao ver o trabalho de Carla Simón, cujo primeiro filme saiu quando eu estava estudando cinema em Barcelona. Sua narrativa pessoal me cativou e me inspirou profundamente. Lembro que ela veio nos dar uma masterclass, ela tinha 30 anos, eu acho. Desde então, fiz a mim mesma a promessa boba de que lançaria um longa-metragem nessa idade. O tempo está correndo. Também encontrei uma peça de Miranda July, cuja honestidade e talento eu adoro.
Enquanto esperava na fila do lado de fora do Palais D'Iena, eu só esperava assistir aos filmes lá dentro. Com algumas informações legais, talvez algumas roupas, não sei. Eu me imaginei sentada lá, aproveitando meu tempo para aprender com essas mulheres que segui e estudei por tanto tempo.
A questão é: antes que a fotografia e o cinema cruzassem meu caminho, eu só pensava em moda — roupas, texturas, os designers que moldaram a história etc. Chanel com suas calças. Vivienne Westwood do punk aos vestidos de noiva. A elegância, o senso de diversão e a mente brilhante para os negócios de Miuccia. Por muito tempo, porém, parei de falar sobre moda. Aos 15 anos, eu já estava no Instagram e via os blogueiros surgindo com muito para mostrar e pouco para dizer. -nem todos assim-. Para evitar ser confundida com as pessoas obcecadas por marca e dinheiro que eu estava vendo, eu parei meu blog. E tentei me dissociar da moda indo mais a fundo nas habilidades de câmera, que antes serviam para registrar os "looks do dia". Sim. Mas na semana passada eu vi que não precisa ser uma coisa ou outra. Na verdade, uma precisa da outra. Já deveria estar claro para mim. Vamos lá, eu já vi o trabalho brilhante de tantos figurinistas até agora. Tantos fotógrafos de moda notáveis, filmes de moda insanos. Eu até fiz alguns. Por que diabos eu me recusei a mergulhar mais fundo nisso de novo?
De qualquer forma... uma vez dentro da exposição, eu assisti a todos os filmes. Fiquei emocionado ao ver o trabalho de Carla Simón, cujo primeiro filme saiu quando eu estava estudando cinema em Barcelona. Sua narrativa pessoal me cativou e me inspirou profundamente. Lembro que ela veio nos dar uma masterclass, ela tinha 30 anos, eu acho. Desde então, fiz a mim mesma a promessa boba de que lançaria um longa-metragem nessa idade. O tempo está correndo. Também encontrei uma peça de Miranda July, cuja honestidade e talento eu adoro.
Meu objetivo é ter em algum momento pelo menos 5% de sua sinceridade e coragem de ser ela mesma e colocar tudo para fora. Também assisti a uma obra de Antoneta Alamat Kusijanovic pela primeira vez. Tão vibrante, intensa, linda. E tantas outras.
De repente, como em um sonho super louco, notei os personagens dessas histórias se movendo pela sala, interagindo, atuando como "a mãe", "a cantora", "a menina"... Uma passou de skate; outra começou uma comédia stand-up do outro lado da sala. Logo, todos se tornaram parte da performance. Quem era atriz, quem era convidada? Todos nós nos observamos por 40 minutos, absorvendo as narrativas, o inesperado, a beleza. É preciso coragem para continuar criando beleza em um mundo como este. É essencial continuar contando nossas verdades, continuar criando arte em todas as suas formas. Para proporcionar momentos de catarse capazes de trazer as pessoas de volta aos seus caminhos, como essa experiência fez comigo. Minha criança interior, que sempre sonhou com a cena da moda parisiense, sentiu-se livre para brincar com seu brinquedo de escolha, a câmera. Saí da sala com fome de contar histórias.
Para os interessados, há muitas informações técnicas e créditos no site da Miu Miu. E todos os painéis de uma hora com muitas das diretoras também estão disponíveis no YouTube. :)
